Esse artigo sairá no próximo nro da Revista Voo Livre. Creio que a revista sobreviva somente caso existam alguns pilotos que se proponham a pagar a assinatura. Pensei em postar aqui, mas o exemplar ainda nem foi enviado para os assinantes, por isso, vou postar somente depois que a revista seja enviada e devidamente apreciada pelos que apoiam seu trabalho.
abs e bons voos
Juan
segunda-feira, 8 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
NÍVER, inauguração, evento e exposição de pinturas de voo
Depois de cinco anos de luta, depois de um ano de molho por conta das
cirurgias que fiz no joelho, finalmente irei inaugurar oficialmente o
barzinho e o pouso, em minha terrinha, em Alfredo Chaves !!!
A data é dia 04 de maio próximo !
Nessa mesma data, completarei 50 anos (meio século !) de vida e 25 anos (1/4 de século) de voo !!!
Quero convidar todos voadores para comemorarmos juntos, com um evento,
um Torneio de Voo Livre, com direito a CHURRASCO 0800, muitas geladas
(no barzinho) e alegria, nesse momento especial para mim e minha família.
Além de tudo isso, meu filho mais velho, Ícaro, completa no mesmo dia 14 anos de idade !!!
Peço em especial a presença de meus amigos de Venda Nova, de Castelo, de
Iconha, de Cachoeiro de Itapemirim, da capital, enfim, espero ver o céu
e o pouso coloridos nesse dia – e claro, depois disso, não vou contar
mais os anos não... ;o)))).
O Torneio de Voo Livre será para arrecadar recursos para executarmos a
principal melhoria que o pouso precisa, que é cobrir a vala que divide
minha área com a do vizinho no lado sul, pois já não tem cerca. A prova
será de arremesso no alvo e pouso em área delimitada. As premiações irei
divulgar em breve.
A Prefeitura de Alfredo Chaves já se comprometeu a fornecer a mão de
obra para o serviço, só precisamos é comprar os materiais. Teremos apoio da Prefeitura com ambulancia e carro de apoio.
Teremos também sorteio de brindes, CHURRASCO (por
minha conta) e o barzinho oferecerá cervejas, água de coco, refrigerantes.
Além de tudo isso, aproveito para pedir a todos um apoio a um grande
amigo meu, uma amizade de trinta anos, o pintor e artista plástico
Marcus Vinicius Trindade. Meu amigo vem passando por um momento
complicado de saúde e pessoal, pois terá que colocar próteses na rótula
dos dois joelhos, fato que o impede de trabalhar. Ele já está hospedado
em minha casa há um mês, e aproveitou para presentear-me com uma linda
pintura, como poderão ver em meu blog (cliquem na imagem que ela aparece
completa) : http://juanvoolivre.blogspot.com.br/2013/04/blog-post.html
Ao invés de pedir caridade, peço a vocês que encomendem com ele uma
pintura de SEU parapente ou asa delta, que ele fará à partir de qualquer
foto que podem me enviar, no tamanho que desejarem (20 x 25 cm, 30 x 40
cm, etc.). O valor é o mais baixo possível, fica uma arte muito bonita,
como podem ver na foto – essa pintura embeleza a parede da frente do
barzinho. O tamanho 20 x 25 cm de tela tem o valor mínimo de apenas 60
reais e é uma forma dele se sustentar com dignidade, sem ter pedir
apenas caridade. Um quadro desses, na casa de vocês fica muito mais
bonito que uma foto. No dia do evento, as pinturas que forem
encomendadas farão parte de uma exposição, a primeira que eu saiba com
tema só de voo livre – e quem quiser, poderá encomendar outras.
Enfim, é um dia de festa para nós, e espero poder realizar uma festa
para a comunidade que faz parte de minha vida de forma especial, há 25
anos. E que o novo espaço seja útil eternamente para o esporte – pois
como já falei, a área do pouso será doada para a AVLAC, para que nunca
deixe de servir à finalidade que sonhei e pelo qual me esforcei muito
nesses últimos cinco anos.
Agradeço a atenção de todos que leram até aqui. Valeu mesmo !!!
Forte abraço e bons voos
Juan
Tels. : 27 9805-3412 / 3534-2143
cirurgias que fiz no joelho, finalmente irei inaugurar oficialmente o
barzinho e o pouso, em minha terrinha, em Alfredo Chaves !!!
A data é dia 04 de maio próximo !
Nessa mesma data, completarei 50 anos (meio século !) de vida e 25 anos (1/4 de século) de voo !!!
Quero convidar todos voadores para comemorarmos juntos, com um evento,
um Torneio de Voo Livre, com direito a CHURRASCO 0800, muitas geladas
(no barzinho) e alegria, nesse momento especial para mim e minha família.
Além de tudo isso, meu filho mais velho, Ícaro, completa no mesmo dia 14 anos de idade !!!
Peço em especial a presença de meus amigos de Venda Nova, de Castelo, de
Iconha, de Cachoeiro de Itapemirim, da capital, enfim, espero ver o céu
e o pouso coloridos nesse dia – e claro, depois disso, não vou contar
mais os anos não... ;o)))).
O Torneio de Voo Livre será para arrecadar recursos para executarmos a
principal melhoria que o pouso precisa, que é cobrir a vala que divide
minha área com a do vizinho no lado sul, pois já não tem cerca. A prova
será de arremesso no alvo e pouso em área delimitada. As premiações irei
divulgar em breve.
A Prefeitura de Alfredo Chaves já se comprometeu a fornecer a mão de
obra para o serviço, só precisamos é comprar os materiais. Teremos apoio da Prefeitura com ambulancia e carro de apoio.
Teremos também sorteio de brindes, CHURRASCO (por
minha conta) e o barzinho oferecerá cervejas, água de coco, refrigerantes.
Além de tudo isso, aproveito para pedir a todos um apoio a um grande
amigo meu, uma amizade de trinta anos, o pintor e artista plástico
Marcus Vinicius Trindade. Meu amigo vem passando por um momento
complicado de saúde e pessoal, pois terá que colocar próteses na rótula
dos dois joelhos, fato que o impede de trabalhar. Ele já está hospedado
em minha casa há um mês, e aproveitou para presentear-me com uma linda
pintura, como poderão ver em meu blog (cliquem na imagem que ela aparece
completa) : http://juanvoolivre.blogspot.com.br/2013/04/blog-post.html
Ao invés de pedir caridade, peço a vocês que encomendem com ele uma
pintura de SEU parapente ou asa delta, que ele fará à partir de qualquer
foto que podem me enviar, no tamanho que desejarem (20 x 25 cm, 30 x 40
cm, etc.). O valor é o mais baixo possível, fica uma arte muito bonita,
como podem ver na foto – essa pintura embeleza a parede da frente do
barzinho. O tamanho 20 x 25 cm de tela tem o valor mínimo de apenas 60
reais e é uma forma dele se sustentar com dignidade, sem ter pedir
apenas caridade. Um quadro desses, na casa de vocês fica muito mais
bonito que uma foto. No dia do evento, as pinturas que forem
encomendadas farão parte de uma exposição, a primeira que eu saiba com
tema só de voo livre – e quem quiser, poderá encomendar outras.
Enfim, é um dia de festa para nós, e espero poder realizar uma festa
para a comunidade que faz parte de minha vida de forma especial, há 25
anos. E que o novo espaço seja útil eternamente para o esporte – pois
como já falei, a área do pouso será doada para a AVLAC, para que nunca
deixe de servir à finalidade que sonhei e pelo qual me esforcei muito
nesses últimos cinco anos.
Agradeço a atenção de todos que leram até aqui. Valeu mesmo !!!
Forte abraço e bons voos
Juan
Tels. : 27 9805-3412 / 3534-2143
quarta-feira, 3 de abril de 2013
sábado, 23 de março de 2013
Artigo nro 3 - Comparativo asa/parapa - A arte de descolar do chão – a DECOLAGEM
Comparativo técnico:
parapente / asa delta / asa rígida
Parte dois : A arte
de descolar do chão – a DECOLAGEM
Inevitavelmente,
todo voo precisa iniciar-se com uma boa, correta, segura e bem sucedida
decolagem. Principalmente no caso das
asas, pode até determinar todo o resultado do voo, no caso de rampas muito
baixas. Momento crucial para uma asa
delta. Momento também importante para um parapente, mas com certeza, muito
menos tenso.
Decolar, para ambos equipamentos, significa
conseguir velocidade suficiente para sustentação, partindo do ZERO. Na análise
simples dessa regra, já temos a grande diferença do que é esse momento, para
cada equipamento : essa velocidade mínima, para o parapente, é bem MENOR. Ou
seja, pode-se decolar com muito menos vento ( ou zero ), e até mesmo com um
ângulo de incidência em relação ao morro mais lateral.
As asas também
podem decolar com pouco vento. Com mais risco, podem também decolar com vento
lateral, desde que fraco. Mas o incremento do risco é geometricamente proporcional
quando fatores como esses se façam presentes numa decolagem. E a corrida
necessária ao piloto, carregando nos primeiros passos a asa e mais importante,
mantendo o ângulo de ataque o mais perto possível do ZERO, inversamente
proporcional à velocidade do vento – quanto menos vento, mais requer velocidade
nessa corrida.
Curiosamente,
com vento CAUDAL, em tese é mais fácil decolar com uma asa do que com um
parapente. A estrutura rígida delas não precisa ser inflada, o que é bem mais
complicado para um parapente com vento caudal. Nesse caso, bastaria correr o
suficiente para alcançar a velocidade mínima de sustentação, MAIS a velocidade
do vento – e pernas para que te quero !!!!!!!!!!
Porém, a
grande, significativa, crucial diferença de decolar com uma asa ou
parapente, é que na asa, uma decolagem é
algo quase definitivo. Ou decola-se, ou crash
! E o verbo “crachar”, pouco usado para os invertebrados, é algo que dá
calafrios em qualquer piloto de asa. Talvez por isso, alçar voo numa asa seja
um momento tão mágico quanto crítico, pois sabemos que um erro dificilmente
permitirá outra tentativa. Em meus vinte e cinco anos voando de asa (completo
em julho-2013), com cerca de mil voos, já errei seis decolagens. Um número
considerável, mas que felizmente também mostra que os erros também podem ser
perdoados para os vertebrados. Mas em apenas uma desses erros, eu consegui
tentar decolar de novo, com a mesma asa, pois eu havia apenas “barrigado” o
chão, pouco abaixo do início da decolagem, por ter me jogado nela antes dela
estar em voo. Ajudou para isso a rampa ser com “barriga invertida” (para
dentro, não para fora). Subi novamente, e como a asa que não tinha sofrido
nada, voltei a correr como um louco, e consegui decolar. O amigo que me
acompanhava, impressionado, jurou que nunca mais iria numa rampa... *rs.
Nas outras
vezes, quebrou alguma barra, tala e numa vez, a própria asa do lado direito. Em
nenhuma delas sofri sequer um arranhão, e nessa que foi a “pior”, subi
novamente depois de ter recolhido a asa, e decolei com um parapente. Em resumo,
posso não ser uma referencia de “excelência”, mas pelo menos tenho o aval da
experiência de ter passado por essas “roubadas”.
Já para um
parapente, decolar pode até ser um “brinquedo”, com pilotos empinando suas
velas como se fossem pipas, tocando suas cordas finas ( e por vezes, emboladas
APÓS a decolagem ), como se fossem violões. É inegável as vantagens, do ponto
de vista prático, entre decolar com um parapente, comparado com uma asa. Pode-se errar várias vezes, principalmente
quando sem vento, e no máximo, comer um bocado de capim ao final da rampa.
Pode-se inflar o parapente com vento lateral, e acertar apenas quando sair do
morro. Com vento mediano, descola-se da
terra como se fossem um beija-flor. E claro, também pode-se errar, e se o erro
acontecer perto do morro, não se tem na hora do impacto a proteção de toda a
estrutura da asa.
Mas para
ambos, a decolagem precisa ser bem executada, pois é um dos momentos mais
críticos. No quadro abaixo, os aspectos e diferenças da decolagem para cada
equipamento.
Parentesis : vou tentar colar o Excel abaixo, não deve dar muito certo... ;o)
DECOLAGEM | |||||
PARAPENTE | ASA DELTA | ||||
VANTAGENS | DESVANTAGENS | VANTAGENS | DESVANTAGENS | ||
GRAU DE DIFICULDADE | DECOLAGEM RELATIVAMENTE FÁCIL, COM MENOS RISCOS DO QUE NA ASA. | DECOLAR COM VENTO DE CAUDA É MAIS DIFÍCIL QUE NA ASA - A ESTRUTURA DA VELA, PARA INFLAR-SE EM PERFIL AERODINAMICO, FICA MAIS DIFICIL, ENQUANTO A ASA JÁ ESTÁ "INFLADA/RÍGIDA". | DECOLAGEM POSSÍVEL MESMO COM VENTO MUITO FORTE. | É UMA DECOLAGEM QUER REQUER PRECISÃO, OS PASSOS, A CORRIDA, E PRINCIPALMENTE O ÂNGULO DE ATAQUE DURANTE A CORRIDA, DEVEM SER EXECUTADOS COM CORREÇÃO, POIS QUALQUER ERRO RESULTA EM CRASH | |
ABORTAGEM | A AÇÃO DE INFLAR E ATÉ CORRER, PODE SER ABORTADA A QUALQUER INSTANTE. | O EXCESSO DE SIMPLICIDADE DA DECOLAGEM LEVA MUITOS PILOTOS A DECOLAREM SEM ESTAREM DEVIDAMENTE CONCENTRADOS PARA ISSO. | NÃO É PRECISO ALCANÇAR UMA GRANDE VELOCIDADE NA CORRIDA. A MAIORIA DAS ASAS TEM UMA VELOCIDADE DE ESTOL EM TORNO DE 30 KM/H. | NÃO É POSSÍVEL ABORTAR. APÓS A DECISÃO DE CORRER, SÓ RESTAR POR AS PERNAS PARA FUNCIONAR, MANTER O ÂNGULO DE ATAQUE O MAIS PRÓXIMO POSSÍVEL DO ZERO - E COOOOOOOORRRRRREEEEEE ! | |
VELOCIDADE DO VENTO | PODE-SE DECOLAR COM VENTO ZERO, E VÁRIAS TENTATIVAS PODEM SER FEITAS CASO NÃO SEJAM BEM SUCEDIDAS. | OS LIMITES DE VELOCIDADE DO VENTO SÃO MUITO MENORES QUE NUMA ASA. DECOLAR COM VENTO FORTE PODE SER MUITO PERIGOSO, COM POSSÍVEIS ARRASTÕES ATÉ PARA O ROTOR. | QUANTO MENOS VENTO PIOR. O VENTO FACILITA TUDO, E FAZ PERDOAR INCLUSIVE ERROS DE ÂNGULO DE ATAQUE OU DE VELOCIDADE. | NÃO HÁ. MESMO VENTOS FORTES DEMAIS PERMITEM DECOLAGEM. LEMBRO-ME DO MORROTE, NEM HAVIA SOLADO E FIZ MAIS DE 40 DECOLAGENS COM VENTO TÃO FORTE QUE O MONITOR TINHA QUE SEGURAR O NARIZ DA ASA, E QUANDO ELE SOLTAVA, DEITAVA-SE E EU PASSAVA POR CIMA DELE. BONS TEMPOS, MAS SEM NOÇÃO DE JUÍZO ALGUM... | |
RISCOS E EFEITOS | EM CASO DE ERROS OS DANOS NORMALMENTE SÃO MENOS SEVEROS QUE ERROS QUE NA ASA. ARBORIZAGEM, ROLAR MATO ABAIXO, É DIFÍCIL CITAR UM PILOTO QUE NÃO TENHA PASSADO POR ISSO - OS QUE NÃO PASSARAM, IRÃO PASSAR. | UMA SIMPLES CORDINHA ATRAVESSANDO POR CIMA DA VELA PODE ENGRAVATA-LA E CAUSAR ATÉ GRAVES PROBLEMAS. HÁ O RISCO DE DEIXAR A VELA ULTRAPASSAR E CAUSAR UM FRONT STALL, ENQUANTO O CONTRÁRIO (ESTOL) NORMALMENTE NÃO GERA MAIORES PROBLEMAS. | A DECOLAGEM, QUANDO BEM EXECUTADA É RÁPIDA. RAMPAS DE MADEIRA AJUDAM INCLUSIVE A PERDOAR ERROS E FACILITAR ENTRAR EM VOO. | DEPENDE DE RAMPAS NATURAIS MAIS LIMPAS E COM PISO MAIS REGULAR, PARA NÃO ATRAPALHAR A CORRIDA DO PILOTO, E ALTERAR O ÂNGULO DE ATAQUE DURANTE A CORRIDA. CRASHS SÃO NORMALMENTE PIORES E NO MINIMO PROVOCAM ALGUM TIPO DE DANOS À ASA | |
ÂNGULO DO VENTO E VELOCIDADE DE VENTO | DECOLAR COM VENTO LATERAL É MAIS FÁCIL E SEGURO, POIS PODE-SE COLOCAR A VELA LIGEIRAMENTE NA TRANSVERSAL DO SENTIDO DE DECOLAGEM E MAIS APROADA PARA O VENTO - NA ASA, NEM PENSAR TAIS ATOS. | POR NÃO TER ESTRUTURA RÍGIDA, FECHAMENTOS PRÓXIMOS AO MORRO, LOGO APÓS A DECOLAGEM JÁ CAUSARAM VÁRIOS ACIDENTES, INCLUSIVE FATAIS. | DECOLAR COM VENTO DE CAUDA É POSSÍVEL, DESDE QUE SEJA VENTO BEM FRACO OU ZERO. DEVE-SE CORRER NO MINIMO ATÉ SUPERAR A VELOCIDADE DE ESTOL DA ASA. | ERROS DE DECOLAGEM NORMALMENTE CAUSAM DANOS TANTO NA ASA QUANTO NO PILOTO, POIS A VELOCIDADE ENVOLVIDA SEMPRE É MAIOR QUE NUM PARAPENTE. RETORNAR AO MORRO É O CASO MAIS COMUM, QUANDO A ASA NÃO ADQUIRIU VELOCIDADE DE SUSTENTAÇÃO, E TENDE A FAZER UMA CURVA LOGO NA SAÍDA. COM VENTO FORTE, AS ASAS FLEX PRECISAM DE AJUDA DE PESSOAS SEGURANDO OS CABOS LATERAIS - NA RÍGIDA, ISSO NÃO É NECESSÁRIO, POIS OS SPOILERS ATUAM AUTOMATICAMENTE BAIXANDO A ASA, QUANDO UM DOS LADOS SOBE. |
Artigo nr. 02 - Comparativo Técnico Asa Delta/Rígida & Parapente
Comparativo técnico:
parapente / asa delta / asa rígida
Por
que voamos? E se voamos, por que num parapente, ou por que numa asa delta (ou
rígida)?
Para
compreendermos e compararmos as vantagens e desvantagens, abordarei nesse e em
outros artigos, as diferenças e semelhanças, entre voar em cada um deles, já
que tenho a felicidade de voar nos três tipos de equipamentos possíveis ao voo
livre foot launch.
Ser
isento é algo complicado, pois sempre tendemos a alguma preferência. No meu
caso, confesso: é pelos vertebrados. Quando
me perguntam qual eu prefiro, não hesito em dizer: asa! Para emendar, na sequencia: “Mas no dia em que eu emburrescer o suficiente, bato as orelhas! O importante é voar!”
Cada
um dos equipamentos tem seus pontos fortes e fracos, mas todos tem seus limites
e tem seu valor. Por mim, irei voar enquanto puder nos três tipos – apesar de
saber que, no caso da asa, há um limite físico em que a idade ainda permita, afinal de contas, minha asa
rígida pesa “apenas” 42 kilos, fora os 16 kilos do cinto + reserva. Não consigo
me imaginar aos 80 anos voando nelas ainda, mas espero, que pelo menos possa
descolar do chão um pouco, com um invertebrado
;o).
Para
organizar melhor esse comparativo, foi dividido nos quesitos principais, tais como:
aprendizado, decolagem, pilotagem, pouso e transporte/segurança/comércio.
Apesar
de ter meu xodó pelo voo de asa, e literalmente
amando agora poder voar numa asa rígida (deve ter somente cerca de dez pilotos
“rígidos” no país), defendo dois
princípios, quando se trata das questões envolvendo o voo de parapente ou de
asa delta:
Primeiro, que
não há motivo para a menor distinção, em termos de organização, seja estrutural,
política ou comunitária, para praticantes que usem um ou outro tipo dessas coisas
que voam. Vale frisar:
dividimos e coabitamos o mesmo mundo, pois rampas, pousos e principalmente, o espaço aéreo é o MESMO. Dividir o voo livre, como
ocorreu em parte, por conta da criação da ABP, em nada agregou para o relacionamento
de pilotos que precisam, devem e não tem outra opção, além compartilhar esses
espaços, de uma forma organizada e social. Nesse comparativo há vários itens
abordados, sobre as semelhanças e diferenças entre os equipamentos que VOAM. E todos apenas em questões
técnicas. Porque voar pode ser diferente, conforme o tipo em que se voa, mas
fora isso, somos todos IGUAIS.
Segundo, que o
importante é voar com segurança, e continuar voando assim. Veremos que há
várias diferenças entre os equipamentos, assim como nenhum dia é igual ao
outro. Em dias de vento, de térmicas fortes, eu opto sempre por voar com a asa.
Me sinto mega seguro, e ainda me
divirto jogando a asa justamente nos pontos em que a sinto chacoalhar como um
cavalo bravo – como é bom estar voando em algo que mantém sua forma seja em
qualquer condição! Já nos dias mais tranquilos,
nos dias em que desejo apenas conforto e a doce sensação de estar pendurado
acima do chão, e quando o trabalho de montar e desmontar a asa já me desanima
antes que eu sequer o comece, opto pelo parapente, sem hesitar.
Bom é voar.
Voar com prazer, com segurança, com tranquilidade e com a felicidade de poder
voar mesmo em condições mais críticas ou desconfortáveis. Voar de parapente num
dia mmmmmmuito turbulento é bom por poder voar, mas creio que o prazer de
voltar ao solo, para muitos, pode superar o de ter voado – ufa, quanta
pancadaria!!! Voar de asa, num dia de merreca total, levando mais de uma hora
para armar (e desmontar) a asa, e ter poucos minutos de voo, é também um pouco frustrante,
mesmo sendo muito bom (sempre!) tirar o pé do chão.
Ou seja,
repito, insisto, ratifico: o bom é VOAR. E enquanto minhas orelhas ainda forem insuficientes, voo de “pano de chão”, voo de “tralha
delta”, voo de “tralha rígida”.
Voemos juntos, seja no que for.
No gráfico abaixo abordo
a questão mais fundamental, antes de voarmos, seja no que for: o APRENDIZADO.
APRENDIZADO | |||||
PARAPENTE | ASA DELTA | ||||
VANTAGENS | DESVANTAGENS | VANTAGENS | DESVANTAGENS | ||
GRAU DE DIFICULDADE | Extremamente simples, para a maioria das pessoas. Até mesmo por ser limitado a apenas dois comandos básicos e uma posição ou curso de aceleração, em poucas aulas já se consegue sair do topo do morrote para pequenos voos. Nenhum outro equipamento de voo permite tal FACILIDADE. | A maior desvantagem é justamente a excessiva simplicidade. Quantos pilotos voce conhece que aprenderam mal e porcamente a inflar a vela, sair correndo e pousar sem fazer muitas curvas na aproximação ? Há algum tempo, cogitamos de montar um curso de asa, baseado no uso de uma tirolesa suspendendo asa e piloto-aluno. Um amigo lembrou-me, com sabedoria : "Não simplifique e torne fácil demais, aquilo que não pode ser simples e fácil demais." | Não há vantagem nesse quesito para as asas, são só desvantagens. São muito mais pesadas, difíceis e incômodas para carregar nas costas após montadas e fazem da instrução um esforço que normalmente só homens, e assim mesmo aqueles que fisicamente com bom preparo, conseguem terminar o curso. Você já viu algum voador de asa barrigudo demais ? Quem consegue passar pelo curso, levando várias e várias vezes a asa até o topo do morrote, para os poucos segundos de voo, com certeza merece mesmo voar ! | Como são mais pesadas, difíceis e complicadas para montar (pelo menos no início), o aprendizado da asa requer do aluno, além de força física, muita disposição e vontade. Sem esquecer que há uma IGUALDADE absoluta, para qualquer equipamento : é preciso conhecer a TEORIA do voo, seja no que voce for voar. Mas nunca me esquecerei, quando há 25 anos atrás, eu corri com a asa nas costas, em meu primeiro dia de aula, e voei por exatos ... 5 metros de distancia. Naquele momento, pensei : "sim, é isso que eu quero na vida !" | |
TEMPO DE APRENDIZADO | É o mais rápido, pois permite que em apenas um dia, vários voos no morrote sejam feitos. Nenhum outro equipamento de voo permite tal RAPIDEZ. | Por ter um aprendizado prático muito simples, a parte teórica muitas vezes é menosprezada, já que ela é menos requerida para a fase de morrote. Infelizmente, já vi cursos que na parte da manhã, o "extrutor" explica como é o voo, e à tarde, já decola o incauto, após poucas explicações dos comandos básicos - dando nome aos bois, vi isso nas falésias do Chile, em Mantecillo. Extrutores, inclusive aqui no ES, chegam a decolar logo no primeiro dia o incauto no topo do morrote, após meia dúzia de "longas" explicações sobre puxar as tais cordinhas. | Levei quase seis meses de curso no morrote, um pouco por conta de quase dois meses em que meu instrutor foi parar num safari, na África. Durante os 3 ultimos meses, eu chegava a fazer cerca de 15 voos do topo, todos os dias. O tempo irá depender muito do esforço do aluno. Quanto mais voos do topo do morrote melhor. Quanto mais voos duplos com o instrutor, em que ele permita ao aluno, durante o voo, assumir o comando da asa, melhor ainda. Pena que pouquissimos cursos no brasil adotam o voo duplo na instrução, e a maioria dos pilotos vai para o voo solo sem ter a menor experiencia prática de como é fazer uma curva de 360°. Recomendável que o aluno faça pelo menos uns 100 ou mais voos do topo do morrote. | É necessário um bom preparo físico para encarar as aulas de asa no morrote. Por isso, o número de mulheres voando de asa delta é muito pequeno. Nunca esquecerei do playboy preguiçoso que um dia apareceu no morrote, reclamando muito do esforço de carregar a asa. No seu segundo ou terceiro dia do curso, levou para servi-lo um negão estilo estivador, para carregar a asa dele para cima e para baixo. Infelizmente, para ele, no dia seguinte o seu escudeirojá não estava mais lá, e ele acabou abandonando o curso - há coisas que nem o dinheiro paga... ;o). |
Nos
próximos artigos, abordaremos as diferenças - e semelhanças – nos demais
quesitos.
Juan Barros
Artigo no nro. 01 da Revista Voo Livre : Segurança no Voo Livre
SEGURANÇA : MAIS DO QUE UMA PALAVRA, UMA NECESSIDADE
Descrever
algo tão amplo, em tão poucas linhas é quase tão difícil quanto assimilar e
incorporar essa palavra, SEGURANÇA,
não apenas como uma variável, mas como uma PREMISSA.
Parecido
com o “não beber antes de dirigir”, “olhar para os lados antes de atravessar a
rua”, priorizar acima de qualquer coisa a segurança é a única forma para
resguardar-se de acidentes - e mesmo assim, imperfeita.
Segurança
no voo livre não pode ser apenas um be-a-bá de regras fixadas em placas de
rampa ou no manual de instrução do seu curso de voo livre ou de seu
equipamento. Os recentes acidentes que vitimaram não apenas pilotos, mas também
passageiros de voos duplo, tiveram ampla divulgação em meios de comunicação e fizeram
fervilhar todas as listas de voo livre na internet, com muitas e diferentes
opiniões, com buscas de culpas e culpados, razões, explicações...até que os
cadáveres esfriem e voltemos a falar dos campeonatos, eventos, grandes voos de
cross, etc.
A
equação que pode trazer o melhor resultado é compreender e respeitar quatro COMPONENTES, no que diz respeito à
limites e características de :
- do que é individual e
condizente com a sua CAPACIDADE, seu
nível e até seu estado de espírito, no dia do voo ;
- do LOCAL você está voando e sua experiência nesse local ;
- do comportamento e aspectos
técnicos do seu EQUIPAMENTO ;
- e do pior, pois esse pode alterar
em poucas ou menos de uma hora, que é o MOMENTO
em que você está voando.
Pareceu-lhe
complicado ? E é. Os anos e muita prática no esporte ajudam, mas nunca irão
eximi-lo de erros em suas escolhas ou atitudes. O ESTUDO é fundamental. Voar é muito mais que puxar duas cordinhas ou
balançar de um lado para o outro, debaixo de um trapézio. Tem física, mecânica,
aerodinâmica, meteorologia... é CIÊNCIA.
É um vestibular eterno, e reprovação pode não te dar outra chance.
Na dúvida, NÃO VOE. Terás todo o resto dos dias de sua vida para voar,
enquanto no erro, poderás nunca mais ter um outro dia. O MEDO é um inimigo a ser vencido, mas jamais desprezado.
Respeitar
e unir (ou não) esses ingredientes fará a diferença no resultado final de nosso
voo. Se o seu voo chegará até o momento do pouso seguro – ou do crash. Se ele será de prazer ou de dor, de alegria ou
de medo, de querer voar novamente ou de temer a hora do próximo voo...
Artigos da Revista Voo Livre
Colaborei algumas vezes em outras revista do esporte, as já inexistentes Sky News e Air Time. Espero que não tenha sido porque publicaram algum artigo meu ;o)))).
A verdade, é que imprimir, prensar, traduzir para o papel qualquer idéia, e faze-la sustentável é muito difícil, para qualquer empreendedor, os custos são altissimos, num país em que se lê cada vez menos. A grande maioria das revistas mal sobrevivi ao quarto número, e isso é um jargão comum no jornalismo - por isso, há a brincadeira de se editar a primeira revista como número zero ;o).
Bom, espero que a "Revista Voo Livre" sobrevivi muito mais, e consiga realizar um trabalho de comunicação no esporte levando informação de qualidade à comunidade voadora.
Nos próximos posts, colocarei a série, para quem perdeu algum número.
bons voos
Juan
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